segunda-feira, 13 de abril de 2009

Portugal na Europa… que desafios enfrenta Portugal numa Europa a 27?

A 3ª sessão da JSD sem Fronteiras debateu os principais desafios com que Portugal e a Europa se deparam para os próximos anos. Para além disso, foi um momento muito relevante de se analisar o interesse dos jovens pela Europa e o seu sentimento de pertença à Europa.

Em primeiro lugar, referiu-se a iniciativa da Universidade da Europa, que é um evento promovido conjuntamente pelo PSD e JSD, que pretende aumentar o grau de conhecimento dos nosso jovens pelos assuntos europeus. Um dos participantes relatou a sua experiência pessoal de participação nesta iniciativa e partilhou connosco alguns dos assuntos aí debatidos, nomeadamente a forma de combater a crise económica à escala europeia, o mercado europeu comum e a política de segurança europeia.

Em segundo lugar, falou-se sobre a necessidade de a Europa criar os seus fundos próprios e estar o menos dependente possível das políticas internas de cada um dos Estados membros. Abordou-se a questão da Europa federal, mas neste ponto não houve consenso. De facto, ninguém pode afirmar de que a Europa caminhará ou não para uma Europa federal tal como acontece nos EUA, mas será certamente muito difícil que tal aconteça, atendendo às diversas barreiras existentes e à cultura tão diversificada e rica de cada Estado membro. Em qualquer dos casos, foi notório a necessidade da existência de fundos próprios, que pode ser conseguida através de uma maior solidariedade dos países mais ricos e através na aposta nas energias renováveis, tornando a União Europeia (UE) menos dependente do petróleo e fazendo diminuir o seu défice comercial externo. Será de grande importância que a UE aposta numa política energética comum, limpa e amiga do ambiente.

De seguida, centrou-se atenções nos desafios que Portugal enfrenta na Europa. Os subsídios entregues pela UE a Portugal ao longo destes últimos anos não foram devidamente aproveitados. É certo e inequívoco, que ajudaram na construção deste país, mas os seus resultados poderiam ter sido muito melhores se, caso exisitisse uma aposta a longo-prazo, nomeadamente na área da educação e formação, e na aposta da reformulação de todo o sistema judicial e da política energética. A verdade é que Portugal deixou-se cair na tentação de viver em função dos subsídios, não valorizando os seus bens e competências centrais, aumentando, assim, a sua dificuldade em fazer frente aos novos desafios e ao clima de recessão económica que se vive actualmente. Assim sendo, torna-se urgente que Portugal aposte e valorize as suas competências técnicas e os seus recursos naturais. Seria muito importante que Portugal definitivamente apostasse fortemente na qualificação dos seus jovens, numa política de emprego efectiva para os jovens licenciados, na criação de projectos tecnológicos entres o meio empresarial e científicos, na extracção de valor através dos recursos do mar e numa clara aposta num turismo de qualidade, que valorize a nosso posicionamento geográfico e a costa magnífica que possuímos.

Por último, foi abordada a problemática em redor dos grandes investimentos públicos, nomeadamente do comboio de alta-velocidade. Assiste-se actualmente ao aumento alarmante da dívida externa portuguesa, e a aposta nestes investimentos com custos altíssimos e rentabilidade duvidosa, não será a melhor opção em tempos de crise. Contudo, também não poderemos ficar de fora dos grandes projectos europeus e perder fundos de apoio por parte da UE. A decisão de construção do TGV deve ser uma decisão nacional, mas que também deve ter em consideração a política de mobilidade da Europa, em particular da nossa vizinha Espanha. Caso o montante de financiamento da UE a este projecto seja substancial, então Portugal deve considerar a construção da linha Lisboa-Madrid, que é aquela que ligará Portugal à Europa, e que terá muito provavelmente uma rentabilidade maior. As linhas Porto-Vigo e Lisboa-Porto, especialmente esta última, não trará benefícios significativos face aos custos elevadíssimos de investimento. Para além disso, em detrimento de se apostar numa linha TGV entre Lisboa e Porto, deveria-se modernizar a linha ferroviária que liga estas duas cidades. Por fim, qualquer decisão de investimento em ligações por TGV deve ter em atenção as alternativas existentes de mobilidade das pessoas por via aérea, na possibilidade de inclusão de transporte de mercadorias e na rentabilidade do investimento face à sua previsível taxa de utilização.

Nenhum comentário:

Postar um comentário